terça-feira, maio 22, 2007

O dia em que eu fui no Casar

Na semana passada, dei-me conta de que falta a este blog um tom mais jornalístico, de reportagem. Assim, eu – uma mulher que anda a maior parte do tempo sobre um par gasto de all-star vermelho, que usa os cabelos soltos desgrenhados e que poucas vezes rende-se ao salto alto e à maquiagem – decidi me aventurar no Casar, a feira de casamento mais chique do Brasil, promovida pela assessora Vera Simão. Local? Nada mais, nada menos que o Terraço Daslu. Não me intimidei. Peguei a minha bolsa surrada, o meu bilhete único e embarquei em um busão que pudesse me levar ao lugar.

Chegando lá, minha genitora, de tailler branco, esperava-me na porta. Entrei na fila, comprei o ingresso de 30 reais e passei pelos seguranças (?). Na entrada, mulheres altas, esbeltas e de chapinha no cabelo, com bolsas Louis Vitton a tiracolo, confundiam-se para colocar as pulseirinhas colantes que permitiam a entrada e, desesperadas, pediam auxílio às funcionárias do local – devidamente trajadas com uniformes de empregada doméstica de novela das oito.

O elevador nos levou ao primeiro piso, em que já encontramos os estandes. É inegável: tudo era muito bonito. Os estandes de doces e dos buffets traziam cenários bem decorados, como pequenos pedaços de uma linda festa de casamento; os fotógrafos mostravam fotos emocionantes e álbuns maravilhosos; estilistas refinados expunham vestidos de noiva chiquérrimos, sem falar nos sapatos, acessórios para cabelo, buquês, brincos, alianças e tudo o mais.

As atendentes eram todas muito simpáticas e distribuíam doces, macarrons e bem-casados – desde que você fizesse o cadastro. Experimentei um doce de brigadeiro que vinha dentro de uma caixinha de chocolate com crocante de caramelo, da La vie en douce – uma maravilha. Comi também macarrons (aquele doce que parece um biscoitinho) de brigadeiro, de chocolate e de banana.

Mas, como não só de doces vive uma noiva, experimentei uma série de aparatos para o cabelo e – surpresa – fiquei estonteante com todos, até com aqueles mais bregas, estilo princesas da Disney.
Também aproveitei para me informar sobre as listas de presentes, que algumas das lojas representadas ali ofereciam. Vi ainda lindas lembrancinhas – noivinhos de chocolate em caixinhas de vidro, noivinhos de porcelana, bombons em embalagens bonitas; tudo para levar uma mulher à loucura!

E, enquanto passeava pela exposição, começou o desfile de noivas. Um segurança forte ia na frente, precedido por uma moça baixinha e morena, que tocava flauta doce. Atrás dela, longilíneas modelos trajando vestidos de noiva caminhavam lentamente, com cabelos penteados e maquiadas, carregando buquês e terços de cristal – última moda no universo do casamento, que não vou aderir, uma vez que não vou me casar na igreja.
O desfile percorreu todos os corredores da feira, entediando um pouco quem estava ali, já que, por mais que você fugisse, sempre reencontrava as magrelas noivinhas com as mesmas roupas, deslizando ao som da mesma canção de flauta doce. Engraçado era o negão que puxava a fila, afastando as peruas para que deixassem o caminho livre. Por incrível que pareça, ele não perdia o bom humor e fazia piadas, pedindo para que não olhassem para ele já que não fazia parte do desfile.

No final das contas, achei que valeu a pena ter ido – mas não valeu a pena ter gasto 30 reais. Vi algumas coisas interessantes e deu para ter idéias com relação ao que eu ainda não tinha escolhido, como os acessórios de cabelo. Além disso, tenho de aproveitar que estou em um “ano noiva” para “cometer” esse tipo de mico.

Um comentário:

Ex-finge disse...

Imagina, mico, foi jornalístico! Agora, eu já sei que não devo gastar 30 reais num lance desses pois você contou com é!